sábado, abril 05, 2003

Na farmácia
Entro na drogaria do Botafogo Praia Shopping em busca do creme Benzac, bom para combater espinhas. É um remédio de várias graduações de intensidade do princípio ativo. Calma, essa definição não é mais complexa que o diálogo na drogaria.
- Tem Benzac?
- Benzac? - pergunta o balconista. - É aquele que tem várias graduações, né?
- Isso, eu queria o de graduação menor, acho que é 0,5.
- Ah, sim, eu não sei se tem não, acho que tem o de 1,5.
- Serve, por favor.
(...)
O balconista dá dois passos para a esquerda e analisa uma prateleira, depois da nossa conversa sobre graduações. Aí se volta para mim:
- Olha, não tem não.
- O de 1,5?
- É.
- Então qual que tem?
- Ah, não tem nenhum.
- Tudo bem, deve ter acabado, né?
- Não, não é isso, a gente é que não compra porque é um produto que tem pouca saída.


Só deu para eu dizer "ah, sim", e preferi não perguntar por que ele não quis me dizer no início do diálogo que a farmácia não trabalha com esse produto. E se o papo fosse mais longo, eu iria perguntar a ele porque um produto com mais de 20 anos no mercado e usado por milhares de pessoas tem "pouca saída".
Mas, conhecendo as regras às quais os seres humanos estão sujeitos na maioria dos empregos, preferi poupar o emprego dele e não obrigá-lo a usar bom senso - algo que nem sempre é permitido nos dias de hoje.

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