terça-feira, abril 22, 2003
"Eles sabem tudo"
Fim de mês, meu HD notou que minha conta bancária está na UTI, já desenganada pelos médicos, e ficou com pena - resolveu desligar os aparelhos. Desnecessário dizer o método utilizado: comprou uma passagem só de ida para a puta que pariu.
O mais legal é que nem deu para ficar uns dois meses esperando eu juntar uma grana, tive que dar uma nova facada, quase letal, na minha já minguada poupança e comprar um novo, no shopping de informática do Edifício Avenida Central. Lá se vão 355 pratas - isso porque o preço "promocional" era de R$ 361, pois normalmente o bicho custa R$ 474. Pagando à vista, com cheque, ganhei um animador desconto de R$ 6.
Só que para ter direito a usar o cheque, tive que preencher um cadastro no qual coloquei informações sobre as quais nem minha mãe tem acesso. CPF, número de telefone, referências pessoais, endereço, marca do computador, enfim, uma verdadeira investigação pessoal, digna da CIA.
Não satisfeita com o preenchimento de um verdadeiro histórico pessoal, a loja ainda orienta as vendedoras a ligarem para um número de telefone com informações pessoais sobre os clientes. Basta o CPF da pessoa que tudo vai sendo confirmado - inclusive meu número residencial adquirido há três anos.
É claro que eu já sei dessas merdas todas, mas resolvi dar uma de inocente e me espantar: "Adquiri essa linha há dois anos, e quando fiz o CPF, nem sonhava em ter um telefone só meu. Como eles podem associar as duas informações?".
"Eles sabem tudo", disse a vendedora. Eu retruquei: "Assustador, isso. Um verdadeiro Big Brother". Claro que a associação imediata foi ao programa de TV, não à entidade de George Orwell.
Minha ficha foi passada por fax para não sei onde, outro telefonema foi dado. Levei uns 20 minutos para conseguir ter o cheque aceito.
Um constrangimento inimaginável.
Aí me virei e perguntei: "Se eu tivesse assaltado um banco, roubado alguém, e viesse aqui com dinheiro vivo, não teria investigação nenhuma, né?".
Sem nem refletir sobre a loucura de um cheque de cliente desde 1997 precisar de mais investigação do que dinheiro roubado, a vendedora respondeu afirmativamente.
Peguei meu HD e fui embora, quase correndo, olhando para os lados, com medo de estar sendo seguido e de ser monitorado por câmeras até o maldito cheque ser compensado.
Fim de mês, meu HD notou que minha conta bancária está na UTI, já desenganada pelos médicos, e ficou com pena - resolveu desligar os aparelhos. Desnecessário dizer o método utilizado: comprou uma passagem só de ida para a puta que pariu.
O mais legal é que nem deu para ficar uns dois meses esperando eu juntar uma grana, tive que dar uma nova facada, quase letal, na minha já minguada poupança e comprar um novo, no shopping de informática do Edifício Avenida Central. Lá se vão 355 pratas - isso porque o preço "promocional" era de R$ 361, pois normalmente o bicho custa R$ 474. Pagando à vista, com cheque, ganhei um animador desconto de R$ 6.
Só que para ter direito a usar o cheque, tive que preencher um cadastro no qual coloquei informações sobre as quais nem minha mãe tem acesso. CPF, número de telefone, referências pessoais, endereço, marca do computador, enfim, uma verdadeira investigação pessoal, digna da CIA.
Não satisfeita com o preenchimento de um verdadeiro histórico pessoal, a loja ainda orienta as vendedoras a ligarem para um número de telefone com informações pessoais sobre os clientes. Basta o CPF da pessoa que tudo vai sendo confirmado - inclusive meu número residencial adquirido há três anos.
É claro que eu já sei dessas merdas todas, mas resolvi dar uma de inocente e me espantar: "Adquiri essa linha há dois anos, e quando fiz o CPF, nem sonhava em ter um telefone só meu. Como eles podem associar as duas informações?".
"Eles sabem tudo", disse a vendedora. Eu retruquei: "Assustador, isso. Um verdadeiro Big Brother". Claro que a associação imediata foi ao programa de TV, não à entidade de George Orwell.
Minha ficha foi passada por fax para não sei onde, outro telefonema foi dado. Levei uns 20 minutos para conseguir ter o cheque aceito.
Um constrangimento inimaginável.
Aí me virei e perguntei: "Se eu tivesse assaltado um banco, roubado alguém, e viesse aqui com dinheiro vivo, não teria investigação nenhuma, né?".
Sem nem refletir sobre a loucura de um cheque de cliente desde 1997 precisar de mais investigação do que dinheiro roubado, a vendedora respondeu afirmativamente.
Peguei meu HD e fui embora, quase correndo, olhando para os lados, com medo de estar sendo seguido e de ser monitorado por câmeras até o maldito cheque ser compensado.
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