sexta-feira, dezembro 27, 2002

Ah, o cinema...
Conversa entre o diretor e o "mentor intelectual" (que era o cliente que tinha encomendado e, portanto, o homem da grana) do clipe que estava sendo gravado:
- Pára, pára! Não quero assim! Faz de novo!
- De novo?
- É... não gostei!
- Olha, eu vou te explicar uma coisa: o horário de entrega da locação já passou. A gente já tinha que ter ido embora às dez horas da noite e já é quase uma da manhã. Precisamos fazer essa cena rápido, até porque ninguém tá aguentando mais, a equipe tá trabalhando desde às sete e estão nesse ritmo há uma semana. Portanto, decida-se: como você quer essa cena?
- Eu não sei, mas não quero desse jeito que você está fazendo. Tá muito sutil.
- Mas você quer uma cena de sexo não sutil? Vai ficar pornográfico!
- Não, não vai ficar pornográfico. Eu quero algo mais... erótico. Mas não erótico. Entendeu?
O diretor, ainda paciente, finge que entendeu:
- Tá bom, tá bom. Vou fazer.
Depois de uma hora fazendo do jeito do cara, com grande parte da equipe parada (estavam todos esperando porque nem podiam ver a cena já que a atriz, que estava nua, pediu desse modo; também não podiam voltar pra casa porque a locação era longe pra caramba e tinham de esperar a van) o 'mentor intelectual' (que estava vendo a gravação, provavelmente babando em cima da mocinha) dá um ataque:
- Pára! pára! Não quero assim! Tá tudo muito pornográfico!
- Mas você disse que queria assim...
- Eu não disse que queria pornográfico em nenhum momento! Queria algo mais erótico.
Finalmente, o diretor perdeu a paciência e disse, aos berros e entremeando a frase com xingamentos não publicáveis:
- Como você quer?!
E é aí que o desgraçado profere uma das frases mais sem sentido que já ouvi de um patrão:
- Eu não sei o que eu quero, mas eu quero!
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