sábado, janeiro 18, 2003
Burocracia
Entrar com o processo foi muito mais fácil do que eu imaginava. Cheguei no setor responsável (o CEG - não, não é a companhia de gás, é um órgão da UFF, que fica no Valonguinho), fui até a primeira sala que vi e falei com um moço, através do vidro (coisa mais desconfortável, conversar através do vidro):
- Boa tarde, eu quero fazer o requerimento para mudar de habilitação.
- Como assim?
- Eu estudo comunicação, quero mudar de cinema para jornalismo.
- Ah. Peraí.
E chama o outro rapaz:
- Fulano, essa menina quer mudar de habilitação. O que ela tem de fazer?
- Ah, ela tem que ir ali na sala de ciclana.
E ele repete, como se eu não tivesse escutado: "Você tem de ir ali, na sala de ciclana". A sala da ciclana ficava no fim do corredor - vocês não imaginam a minha felicidade, naquele momento, por não ser no outro prédio. Mais alguém para conversar através do vidro:
- Oi, eu queria fazer um requerimento para mudar de habilitação: de cinema para jornalismo.
- Mas isso não é aqui não, é naquela outra sala.
- Mas eu vim de lá.
- Ué, mas é lá.
- Eles me disseram que a senhora é que iria me informar.
- Bem, você tem de ir e lá e preencher o formulário de requerimento. Depois você volta pra cá e me entrega.
- Então tá.
Caminho novamente para a outra sala, mais feliz ainda por realmente a sala de ciclana não ser no outro prédio:
- Ué, você de novo por aqui?
- A ciclana disse que eu tenho de preencher aqui o formulário para depois entregá-la.
- Bem, tem esse formulário aqui. É isso?
Eu pego, dou uma olhada e verifico que sim, é aquilo mesmo:
- É sim.
- Ah, então entra aí para preencher.
Ufa. Finalmente não vou ter mais que ficar falando através do vidro. Preencho com calma, levo até a sala da ciclana (o fulano fez questão de me acompanhar até lá). Pergunto por um número de processo, por alguma coisa assim:
- Processo? Ué, tem que abrir um processo?
- Não sei. Não tem?
- Acho que não. Amanhã a gente manda essa papelada para o IACS. Deve ser só isso mesmo.
Humpft. Eu estava indo para o IACS. Quase perguntei: "não quer que eu leve, não?"
- Amanhã? Amanhã mesmo?
- É. Quer dizer... eu acho. Se não for amanhã, vai ser outro dia.
Foi esse "outro dia" que me deu medo. Horas depois, quando eu estou saindo da aula, o celular toca. Minha mãe:
- Marcele, ligou um moço do CEG, pedindo para você voltar lá... Parece que ele tem de te dar um protocolo, o número do processo de mudança de curso.
- Mas eu perguntei a ele se tinha alguma coisa e ele disse que não, que não tinha processo.
- Parece que tinha...! Disse também que hoje não daria mais tempo, que seria melhor você passar lá amanhã.
Passei, peguei o protocolo, mas fiquei morrendo de medo de perguntar se eles tinha enviado para o IACS ou não. Provavelmente não, mas tudo bem. Espero que consiga mudar de habilitação antes de me formar, pelo menos.
Entrar com o processo foi muito mais fácil do que eu imaginava. Cheguei no setor responsável (o CEG - não, não é a companhia de gás, é um órgão da UFF, que fica no Valonguinho), fui até a primeira sala que vi e falei com um moço, através do vidro (coisa mais desconfortável, conversar através do vidro):
- Boa tarde, eu quero fazer o requerimento para mudar de habilitação.
- Como assim?
- Eu estudo comunicação, quero mudar de cinema para jornalismo.
- Ah. Peraí.
E chama o outro rapaz:
- Fulano, essa menina quer mudar de habilitação. O que ela tem de fazer?
- Ah, ela tem que ir ali na sala de ciclana.
E ele repete, como se eu não tivesse escutado: "Você tem de ir ali, na sala de ciclana". A sala da ciclana ficava no fim do corredor - vocês não imaginam a minha felicidade, naquele momento, por não ser no outro prédio. Mais alguém para conversar através do vidro:
- Oi, eu queria fazer um requerimento para mudar de habilitação: de cinema para jornalismo.
- Mas isso não é aqui não, é naquela outra sala.
- Mas eu vim de lá.
- Ué, mas é lá.
- Eles me disseram que a senhora é que iria me informar.
- Bem, você tem de ir e lá e preencher o formulário de requerimento. Depois você volta pra cá e me entrega.
- Então tá.
Caminho novamente para a outra sala, mais feliz ainda por realmente a sala de ciclana não ser no outro prédio:
- Ué, você de novo por aqui?
- A ciclana disse que eu tenho de preencher aqui o formulário para depois entregá-la.
- Bem, tem esse formulário aqui. É isso?
Eu pego, dou uma olhada e verifico que sim, é aquilo mesmo:
- É sim.
- Ah, então entra aí para preencher.
Ufa. Finalmente não vou ter mais que ficar falando através do vidro. Preencho com calma, levo até a sala da ciclana (o fulano fez questão de me acompanhar até lá). Pergunto por um número de processo, por alguma coisa assim:
- Processo? Ué, tem que abrir um processo?
- Não sei. Não tem?
- Acho que não. Amanhã a gente manda essa papelada para o IACS. Deve ser só isso mesmo.
Humpft. Eu estava indo para o IACS. Quase perguntei: "não quer que eu leve, não?"
- Amanhã? Amanhã mesmo?
- É. Quer dizer... eu acho. Se não for amanhã, vai ser outro dia.
Foi esse "outro dia" que me deu medo. Horas depois, quando eu estou saindo da aula, o celular toca. Minha mãe:
- Marcele, ligou um moço do CEG, pedindo para você voltar lá... Parece que ele tem de te dar um protocolo, o número do processo de mudança de curso.
- Mas eu perguntei a ele se tinha alguma coisa e ele disse que não, que não tinha processo.
- Parece que tinha...! Disse também que hoje não daria mais tempo, que seria melhor você passar lá amanhã.
Passei, peguei o protocolo, mas fiquei morrendo de medo de perguntar se eles tinha enviado para o IACS ou não. Provavelmente não, mas tudo bem. Espero que consiga mudar de habilitação antes de me formar, pelo menos.
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